segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O quão (ir)racionais somos?


Quando estava no primerio ano de Direito fui apresentado oportunamente a uma corrente revolucionária para defesa de direitos. Revolucionária justamente pois os direitos que se propõe a defender não são de humanos, mas sim de animais (viu porque é revolucionária? Você já provavelmente torceu o nariz). Caminhando entre efluentes de ironia que vertem da boca dos hipócritas, venho trazendo comigo tal ideia que cada vez mais desenvolvo e vejo crescer: a defesa absoluta dos direitos dos animais (sim, direitos concretos e exigíveis para animais).
Não é nada fácil defender tal ideal. Tal como na época da abolição da escravatura, na luta pelos direitos femininos, agora quando se falam em direitos aos animais o público ri em uníssono. Mas ainda assim há aqueles como eu que defendam que os animais tal como nós possuem interesses próprios, sentem solidão, tristeza e acima de tudo, dor...
A alguns dias recebi um e-mail que fala por si só o quão (ir)racional podemos ser. Trazia um vídeo com um abaixo assinado promovido pela Peta (People for the Ethical Treatment of Animals) entidade americana destinada à defesa dos direitos dos animais. Se realmente era promovido pela Peta, tenho dúvidas, mas a intenção que o movia é um dos raios de luz que iluminam nossa saga.
Não irei prolongar-me aqui sobre o assunto, pois além de ser uma causa sumamente altruística e que em tese por si só dispensa qualquer defesa dado o presente cenário de evolução do intecto humano na "era do conhecimento" com uma proliferação de "sábios com fala autorizada", uma defesa digna do assunto ocuparia muito mais que essa página da web. A quem quizer mais informações sobre a causa, fica a dica: http://www.peta.org/
Deixo apenas o apelo, ainda que seja de discurso já desgastado, para que abandonemos a velha repulsa pela ideia de salvaguardar os direitos dos animais, usando de ironia e deboche (elementos que qualquer antropologia barata despe e explica ser o "medo do desconhecido") acerca do assunto.
Olhe a sua volta: a carne no congelador, o couro, cosméticos e todos os produtos destinados a nossa torpe, medíocre e fútil satisfação que provêm ou, no mínimo, são testados em animas. É inaceitável que no presente estágio de evolução intelectual em que se encontra o homem (ou se diz encontrar), especialmente "a elite intelectual" (diga-se universitários) ainda se admita que pacificamente espécies sejam trucidadas por não serem da espécie humana.
Já imaginou morrer esfolado vivo afogando-se com seu próprio sangue e não possuir fala para clamar piedade à seu opressor? Provavelmente não...Imaginar como milhões de animais passam por isso todos os dias e combater tal fato é o próximo passo na caminhada da evolução humana.
Veja o vídeo que recebi no citado e-mail: http://www.peta.org/feat/ChineseFurFarms/index.asp
Ou se achar que o vídeo não é racional o bastante, pode fazer alguma piada patética para tranquilizar seu prórpio ego e manter seu querido status quo...Quer uma? "Vamos ao churrasco agora?" Essa sempre ouvimos ao fim das exposições...Muito racional, não?


Ao professor Rafael Mendonça meus mais sinceros agradecimentos por tudo.


Diego Lima




sábado, 30 de agosto de 2008

Decreto Maroto

Leia o Decreto nº 6381

Uma vez presidente, sempre (ex)presidente.
Não é Lula?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Estamos sozinhos na chuva...

Há muita coisa por aí pra prender a atenção da gente né? Alguém cuspindo fogo, uma senhora com o juízo meio abalado profetizando o armagedom (claro que ela não fala assim, talvez nem tenha assitido ao filme...), alguém com sotaque do norte contando um causo ou aqueles andarilhos ou jogadores de capoeira alí perto do terminal central tentando ganhar algum enquanto gravatas e pastas passam correndo, apressados, seja para chegar a tempo no trabalho, seja para fugir da chuva...aqui chove bastante sabe, mas não é por isso que o povo corre na maior parte das vezes. A maior parte do povo corre mesmo é pra manter o que acredita existindo, pra fomentar o status quo... já pensou se todo mundo fosse tão calmo quanto o Ghandi? Se todo mundo andasse se preocupando com os outros e iluminando o mundo o que seria do "sistema"?...Não, não, aí não dá...tem que correr, fazer a máquina girar. Você iria ao trabalho se não quizesse ganhar um trocado? Iria até o mercado se não quizesse, ao menos, ver um produto? Faria algo, com toda plenitude da alma, ainda que isso fosse contra seus interesses? Somos movidos mesmo é por interesses próprios...dos mais variados, dos bons...aos...aos mals. E não me venham com aquele velho pseudo-sensozinho moralista, que você cria quando a consciência pesa pra ficar de bem com você mesmo...não.
Só que, cá entre nós, nem todo mundo pode ficar por aí só expondo seus interesses o tempo todo né??? Imagina se todos andassem por aí tacando na cara do outro que "o que vale mesmo é dinheiro", "só penso em mim mesmo"...ia ficar meio chato né...porque sempre haverão aqueles verdadeiramente comprometidos com a moral, ética, equidade (atributo endeusante que você só consegue quando faz 1000 pontos e acha o cogumelo vermelho) prontos para pixar os muros sociais denunciando e rindo desses escravos de suas próprias vaidades.... Então o povo se veste de um falso moralismo que precisa ser exposto, pra mostrar que eles também são "do bem". Aí meus caros, sabe quando a gente tira um 10 no primário e ninguém pergunta "quanto você tirou?", a gente fica esperando pra mostrar pra todo mundo...é assim com esse moralismo falso, tingido por aquele monstro que mais me amedronta quando chove e fica sem luz: o senso comum...e aqui chove muito sabe, chove... O povo precisa mostrar que é "do bem", "da justiça", contra o capital-socialismo (termo usado para tornar as pessoas altruístas o bastante pra não compactuarem com o capitalismo e intelctuais o bastante pra não gostarem também do socialismo) e a pessoa perguntando "quanto você tirou?" materializa-se na pessoa de um pobre pedreiro (aaahhhh...não vão me dizer que o cara é pobre!!!) sendo acusado de um crime bárbaro.
Um famoso jornal da web noticia* " Gabrielli Cristina, de 1 ano e meio, encontrada morta neste sábado (03/03) na pia de batismo da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Joinville (SC), foi estuprada e estrangulada. O laudo cadavérico do Instituto Médico Legal saiu neste domingo (4) confirmando o motivo da morte. O corpo da menina apresentava hematomas na região do pescoço, o que sinalizava que ela teria sido estrangulada pelo agressor. Depois, o bebê foi jogado no tanque usado para batizar os fiéis dessa congregação religiosa". Pronto...aeee, quem é do bem aí levanta a mão!!! O povo com uma fome depravada quer um culpado pra tacar pedra ou aquilo que mais tem aí pelo chão, dignidade....O douto parquet é pressionado (há rumores de que até o Governador mandou acharem logo um culpado...nossa, o negócio deve ser sério)... Aí pegaram o pedreiro...bêbado pra ficar mais "do lado negro da força", cara você caiu do céu. De maneira muito transparente e clara, tal como as àguas do rio Cachoeira, houve uma confissão, não, não, não..quer dizer, "não fui eu não!!!"...fica quiiieeto..foi você sim e a gente vai fazer um teatrinho grego pra provar isso, porquê aqui alguém tem que produzir prova contra si próprio né...fica mais fácil sabe, nada pessoal, é só o bussines.
O pedreiro vai a juri popular...o Direito secular, os direitos fundamentais, Revolução Francesa, times de doutrinadores, ética, moral, contraditório, ampla defesa, transparência e a poesia toda agora é levada pela enxurrada de senso comum, pois os jurados não são juristas bobos garantistas e agora o negócio é mais em baixo!!! Não, eles são do povo, o povo que lava as mãos do Pilatos com água da chuva da ignorância, tal como chuva ácida que se forma quando a "poluição" é muita...e como chove aqui hein, chove... O povo está "pronto" pra fazer justiça (depois das dos mudinhos e papagaios, essa é que mais me faz rir)... Mas o telefonema, o laudo médico apontando o contrário, a pediatra que socorreu a menina ainda não foi ouvida, há muitas obscuridades e "fatos que não estão nos altos", talvez estejam nos baixos, mas bem baixinhos ... Calem a boca seus esquerdistas pretensiosos!!! Tem um vídeo aqui que prova tudo... Uma super produção da Dreamworks, dirigido pelo MP, sonorização, núcleo do delegado e repleto de participações especiais... Dizem até que vai ser indicado pela academia. Pronto: jurados convencidos....mas e...xiiiuu!!!...já acabou o julgamento..20 aninhos, se quizerem podem recorrer, a propósito, têm certeza que não querem deixar isso morrer aqui não?!
Onde está o Direito senhores? Pra declarar a explícita ilegitimidade e incompetência do tribunal de juri para decidir tais questões cabe estudo mais extenso... As leis "delinquentes" são julgadas pelo STF e a vida de uma pessoa é decidida por jurados escolhidos aleatóriamente no meio do povo... peguem seus tacapes, a temporada de caça começou. É nessas horas que sinto vergonha de ser acadêmico de Direito, de um Direito que é tão facilmente suprimido, é como especializar-se em biologia paleozóica...estudar algo que não se aplica. É discurso desgastado, é vergonha do Brasil, do judiciário, do moderno sistema mofado que suprime a "explosão dos fatos" para que um resultado desejado seja arrancado a qualquer custo... Nada melhor para fazer isso do que jogar nas mãos do povo. O povo não iria questionar a transparência do inquérito, fatos não trazidos a baila (e que bela baila?! só um dançou e dançou bonito)... Frente a isso "o zome" não se impedem de dormir, pelo contrário agora dormem despreoculpados, "justiça foi feita"...É o renascimento da inquisição (já não tão santa assim). Agora é pior, tenho vergonha e tenho medo, o que impede que eu seja o próximo?! Será que posso escrever isso aqui?? Calma rapaz, tem o inciso IX, art. 5 da CF, leis de proteção à livre expressão...Pera ae!!! Cadê ele? Não tá mais lá!!! Sumiu porque ficou na chuva da ignorância...
Esquisofrenias a parte, agora entendo porque aprendemos a rezar tão cedo, iríamos precisar muito durante esta caminhada, pois, pelo jeito, tentar usar de meios racionais não cola muito. Aliás é melhor nos prepararmos pra "rezar", parece que vem mais chuva e escuridão por aí...E como chove aqui hein...chove.

* http://g1.globo.com/


por Diego Lima

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Para pensar...

"Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado..."

Quem controla o presente agora?!

George Orwell, 1984.

por rp.
~~

sábado, 16 de agosto de 2008

Sieyès e a contemporaneidade dos anseios populares

A França no século XVIII tinha cerca de 25 000 000 de habitantes, 400 000 eram clérigos e nobres e os outros 24 600 000 formavam o Terceiro Estado, o povão. Efetivamente, eles que faziam a maquina girar. Ainda mais pelo fato de que apenas o Terceiro Estado pagava impostos, enquanto a nobreza e o clero desfrutavam de seus privilégios. Cansados de serem explorados, decidem contratar um filósofo para entoar o canto pela igualdade, esse filósofo era Emmanuel Seiyès. Em 1788 Sieyès publica uma brochura onde, como representante do Terceiro Estado, reivindica direitos iguais para todos os cidadãos franceses, inclusive quanto ao pagamento de impostos, esta brochura foi intitulada Qu’est-ce que le Tiers État? O livro se baseia em três perguntas chaves: O que é o Terceiro Estado? O que tem sido ele, até agora, na ordem política? e o que ele quer ser? Na primeira pergunta responde que o Terceiro Estado é tudo, na segunda responde que nada tem sido feito e na terceira diz que o Terceiro Estado quer ser alguma coisa.

Apesar do livro ter mais de 200 anos e expressar os anseios de uma classe daquela época, pode-se ver nele as mesmas angústias das classes menos favorecidas de hoje e também os privilégios de alguns poucos. Vejamos, por exemplo, que no Brasil até a Constituição de 1988, parlamentares e juízes não pagavam imposto de renda e em alguns Estados promotores também não. Foi necessário que se promulgasse uma Constituição para estabelecer a noção de franternidade, de que todos tem que contribuir para a formação da res pública.


Trecho curioso:

“Além disso, o povo se habituou a separar em suas conversas o monarca dos mentores do poder. Sempre viu o rei como um homem tão seguramente enganado e indefeso no meio de uma corte ativa e todo-poderosa que nunca pensou em atribuir-lhe todo o mal que é feito em seu nome.”

Conclui-se de o Lula fosse governante da França naquela época também seria inocentado pelo povo, afinal o mensalão é do coisa do Zé Dirceu e do Genoíno, o Lula coitado "não sabia de nada".

A lei era vista como forma de domínio sobre os mais fracos, ainda mais porque na França os juízes eram do Ancien Régime. Visão parecida tem-se hoje quando dizem que a lei foi feita para os três P's. Ou como aquele velho ditado: "a lei é como uma serpente, só pica os pés descalços".

por Es.






quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Artigo: Globalização: O enfraquecimento do Leviatã


RESUMO

Conceituação de soberania e globalização. Exposição de alguns dos vastos agentes advindos da globalização que confrontam atualmente a soberania do Estado e consequentemente o próprio conceito de Estado. Asserção de caráter superficial sobre o novo desenho que se origina no contexto mundial atual, fazendo alusão à obra de Hobbes, com destaque para a possibilidade de completa reformulação da imagem do Estado Constitucional Moderno.

Veja o artigo:

GLOBALIZAÇÃO: O ENFRAQUECIMENTO DO LEVIATÃ


por Diego Lima

Bem-vindo!


Olá,
Em tempos de olimpíadas damos largada aqui a este blog em parte, jurídico, porém, o objetivo do blog é servir de verdadeira "área de lazer" àqueles que compartilham de um intelecto inquieto, portanto, está aberto a demais temas que leitores e blogger´s julguem ser de interessante explanação.
O blog não primará pelo velho plurilinguismo ululante e suas formalidades anexas, signos de nosso velho "sistema mofado"., destarte desejamos que cada visitante sinta-se livre, dentro do devido campo de respeito para com todos, para expor suas sínteses linguísticas próprias, seus comentários, anceios, bem como para torcer o nariz e pensar "ora..que pretensão desses moleques aí!!!".
Muito obrigado pela visita, aguarde novas publicações e volte sempre.

"Sua liberdade vai até onde começa a de seu próximo. Não ultrapasse este limite."

att,
Athos, Porthos e Aramis